sexta-feira, 30 de março de 2007

:: Eles tem sede de música!


Lá em Otto tem de tudo: chiclete, sorvete, cigarro, água mineral e cerveja.

Salgadinho? Só em pacote! Mesa? Só em pé, na calçada ou na esquina...

Lá em Otto, lugar batizado pelos clientes do próprio, era (e é!) destino freqüente de três amigos que passam por lá — de vez em ‘sempre’ — para apaziguar a secura da boca. Na época todos tocavam em bandas diferentes, e as influências musicais mais pareciam um PF com salada, paçoca de carne de sol e macaxeira frita — no cardápio: reggae, rock ‘enrrou’ e progressivo, dub, mangue, clássicos da mpb, ritmos latinos, funk entre outros sabores.

Nesse prato feito, apenas uma unanimidade: o SAMBA-ROCK corria solto e nítido por artérias sonoras. “Otto, traz mais uma ‘gela’ aí ‘vai-lhá’!, que o papo aqui vai acabar em samba”. Assim foram os primeiros ensaios do Trio Boca Seca, entre uma e outra, com o maestro Fabão Rocha (guitarra e voz) botando pilha em Jordan Santiago (baixista e autor da maioria das letras) e no batera Éder Andrade.

O time estava completo, ou quase, Jeromy Hadriel (guitarra solo), número 4 do Trio, incorporou-se definitivamente ao grupo rebatizando a banda: agora sim, ‘tava’ formada a ORQUESTRA BOCA SECA.

Caíram na noite com Tim Maia Racional, Jorge Ben, mundo livre s/a, Gerson King Combo, Funk Como Le Gusta, Seu Jorge e Nação Zumbi no case, uma seleção com o melhor da black music brazuca servida entre composições próprias. Não deu outra: a balada com a ORQUESTRA logo virou sinônimo de noite pra “dançar-e-cantar-junto”!

Desde os tempos dos ensaios abertos na garagem da casa de um amigo, a máxima de Dorival Caymmi (versão adaptada) é seguida à risca. O baiano, em Samba da Minha Terra, disse tudo o que se precisa saber nessa hora: “Quem não gosta de SAMBA-ROCK bom sujeito não é / é ruim da cabeça ou doente do pé”.

Quase dois anos depois, muitos shows na bagagem e a conquista de um público cativo, a ORQUESTRA BOCA SECA lança seu primeiro EP com sete músicas, gravado ao vivo no estúdio. O EP homônimo, que também marca o nascimento do selo Coletivo Records (criado por Fabão para atender incursões de potiguares pela black music), é apenas uma palhinha do que o quarteto é capaz de fazer no palco e prévia do CD ‘oficial’ já em gestação: “Queremos gravar pra valer com cavaquinho e a metaleira toda!!”.

Está esperando o que pra dar o play??

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