sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Orquetra Boca Seca por Fabão

Tudo começa nos idos de 2003 quando tocava teclado com a banda de reggae Moonganjah no Pé na Areia, na praia de Ponta Negra. Um dos donos do bar me emprestou o disco “Tim Maia racional”. De ali por diante decidi fazer um som naquele estilo junto com alguns integrantes da banda, surge assim a Orquestra Boca Seca fazendo versões das músicas de Jorge Ben e Tim Maia.
Uma banda de reggae tocando samba rock só podia dar sambrock- funk-dub com influência da musicalidade local de bandas como: General Junkie, Brigite Bereu e Sangue Blues.

Adeptos de jam sessions, a Orquestra já foi trio (Eder, Rafael Valente e Fábio Rocha) fizemos vários shows nesse formato, com participações espontâneas de outros músicos da cidade, como: num Tributo a Chico Science, no DoSol, com o percussionista Maxweel (ex-funk samba soul ) e o baixista Antônio (ex- Tormento).

Depois do MADA 2004 onde vi o show do Lado 2 Stereo (PI), fiquei impressionado com a sonoridade de só dois caras no palco.Como o Mooonganjah tava meio parado, quis não ‘morgar’ o Boca Seca e chamei Eder Andrade (bateria) pra, só eu ele, continuar a brincadeira de tocar músicas cover e versões de coisas q gostamos. Seguimos ensaiando na casa de amigos sem nenhum compromisso.

Passando por lá e escutando o barulho, Jordan Santiago (baixista) q morava por perto, foi na sua casa e pegou o baixo...encaixou perfeito...estava ali formado a cozinha da banda. Com a entrada de Jordan e o seu irmão Hadriel (guitarra), começamos a inveredar para a música autoral. Paralelamente surgiu o Fósforo Bar que era um espaço aberto para música independente, onde frequentemente se encontravam artistas plásticos, poetas, jornalistas, cineastas e músicos da cidade. Fizemos muitos shows por lá apresentando nosso trabalho autoral e fazendo novas parcerias.

A partir daí ganhamos impulso e em dezembro de 2006 lançamos o EP homônimo, pelo selo independente Coletivo Records, participamos dos festivais locais MADA e MPBeco e recebemos indicações do Prêmio Hangar, como melhor música e melhor banda.

Desde da formação inicial até hoje a banda passou por algumas modificações na formação e na busca por novas sonoridades . Atualmente Hadriel saiu da banda e Rafael Cabeleira, que tocava comigo no Moonganjah, voltou pra guitarra. Chamei assim outros músicos que tocavam comigo: Kaline (vocal) e Frank Gondim (percussão).

A sonoridade atualmente não foge ao samba-rock, mas acho que a banda está mais rock e mais soul, com muita influência jamaicana de ska e dub sem fugir também da musicalidade nacional do manguebeat e tropicalismo, no geral músicas feitas entre 68 e 77.

Orquestra Boca seca é Funk indub samba inrock !!


Ouça : www.overmundo.com.br/banco/ep-orquestra-boca-seca
** ah! pra quem não sabe Fabão é o de vermelho na foto.

Nem todo mundo é de ferro


Amanhã, as 19h, no Teatro de Cultura Popular (TCP) Yrahn Barreto e Romildo Soares tocam juntos no show 'Nem todo mundo é de ferro', que homenageia um dos ícones da Música Popular Brasileira, Sérgio Sampaio, além de apresentar canções inéditas e composições que os músicos fizeram juntos.

A apresentação também vai ter a participação especial de Paulo Ricardo, que tem o projeto Casa de Oratis, e Fábio Rocha, o Fabão, do grupo Orquestra Boca Seca. Cada um cantando e tocando músicas feitas em parceria com os 'donos do show'.

Fabão já musicou duas canções de Romildo Soares , sendo uma delas 'Deus e o Diabo na cidade do sol' indicada este ano como melhor música no Prêmio Hangar. E também tem uma parceria com Yrahn Barreto, intitulado 'Rumo'.

A entrada custa 10 reais inteira e 5 para estudantes e idosos.
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mais informações:


terça-feira, 14 de agosto de 2007

Toca na rÁudio, dj!


O figuraça Zé Caxangá aterrissa na [:]rÁudio.visual para sua primeira intervenção, trazendo à tona o Programa PINDORAMA com o melhor do circuito alternativo de música em Natal. O repertório é uma pequena mostra do primeiro volume da Coletânea Coletiva, lançada em 2007 pelo selo Coletivo Records.

Ouça aqui a música escolhida da Orquestra para participar da coletânia.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Cena RN

Sobre zines, selos e novas ferramentas de produção e divulgação em Natal

Hugo Morais para Rock Press

A festa contou com a participação de gente de todas as áreas da cultura natalense e de um público heterogêneo. Tinha muita gente estranha por lá. Por estranha entenda-se pessoas que geralmente não vemos por essas baladas. Mas como a festa era de graça, estava-se lançando um zine, um CD pela Coletivo Records e as participações musicais da noite: Repente Billies, ex-General Lee, numa aparição que talvez se efetive, Orquestra Boca Seca (Coletivo Records), Vitrola (Xubba Musik) e a discotecagem do DJ Macacco... por tudo isso, a estranheza era justificada.

Tinha até cambista, segundo Leandro, um dos responsáveis pela festa e pelo combo que se tornou o zine. A iluminação da Castelo Casado, o apoio da Limbo Livros Selecionados, Garagem Hermética Quadrinhos, dos selos Xubba Musik, Coletivo Records e DoSol mostra que o projeto se tornou grande. E que se não há grandes investimentos por trás, o jeito é fazer com a ajuda dos amigos.

Como dito anteriormente, a festa serviu para mostrar como anda a produção natalense. E aí vale uma pergunta: afinal, do que precisa uma cena para se desenvolver? Selos? Zines? Bares com espaço para as bandas tocarem? Estúdios de ensaio e gravação? Festivais? Natal tem tudo isso. E quase tudo se faz na base do coletivo.

Principalmente quando o assunto é produzir discos. Seja para o consumo local ou para ultrapassar as fronteiras do estado. Podem ser citados: Xubba Musik, RP Discos, Lado [R], DoSol, Mudernage, Solaris, Geladeira, Coletivo Records e as bandas que produzem seus próprios discos, já que hoje as facilidades são muitas.

Os selos sempre tiveram papel imprescindível na música mundial, muitas vezes lançando bandas que as grandes gravadoras não tem coragem de lançar e alçando-as ao sucesso. Aqui em Natal isso não é diferente. Os selos registram os discos dos amigos, o material daquela banda que está na eminência de acabar e também um possível sucesso. Tudo na base da camaradagem, do apoio mútuo na falta de grana.

Foi assim que Fábio (vocal e guitarra da Orquestra Boca Seca) lançou o selo Coletivo Records: “Uns ajudaram na arte da capa, outros compraram os discos, uma amiga jornalista faz a divulgação e assim cada um foi dando sua parcela de ajuda”. Mas há quem pense grande desde o início. Para o RP Discos, um dos mais novos, a intenção é trabalhar nacionalmente tendo um contato fixo no sudeste. Fazer um intercâmbio.

Rodrigo Cruz, dono do selo, diz que é muito importante ter um disco resenhado num site ou revista de projeção. Bem como tocar num grande festival: “Sabemos quão importante é pra uma banda ter o seu CD resenhado na Revista Laboratório Pop ou participar de um grande festival”. A banda Cabozó que tocou no último MADA fez sua estréia em grandes festivais com um EP lançado pelo selo. Mas também consta no casting a banda de São Paulo Defakto.

Na contramão do que pensa Rodrigo Cruz, há quem pense que ficar por aqui é sinônimo de desenvolver um trabalho melhor. Dessa forma a Xubba Musik lança as bandas dos amigos: Cinema Mudo, Distro, Vitrola e Rebelviz. Muitos integrantes das bandas fazem parte direta do selo, ajudando na parte gráfica, na gravação ou mesmo na divulgação, como se fosse uma cooperativa. A mesma fórmula utilizada pelo RP Discos e Coletivo Records.

Rafael Cunha diz que em 2007 quatro discos devem ser lançados: Rebelviz, Fewell, Vitrola eo da banda Distro, que já está disponível. Os selos também fazem parcerias, como é o caso da Xubba e da Geladeira Discos. Os dois lançarão em 2007 o disco da banda Calistoga em formato CD e K7.
Gustavo Rocha, da Geladeira, concentra os esforços de divulgação na internet. My Space, Orkut, Blogs e etc, uma coisa comum nesses dias de gravações caseiras, ou piratas se você preferir. Junto com os discos gravados vem os eventos organizados pelos selos, muitas vezes para públicos específicos, como é o caso do Encontro Vegetariano e do Geladeira em Fúria, organizados pela Geladeira e, como o próprio nome já diz, aponta o filão em que o selo investe, som mais pesado.

Já o Lado [R] lançou durante o Festival DoSol 2006 um split em k7 das bandas DeadFunnyDays (RN) e A Sangue Frio (BA). Segundo Leandro Menezes, eles ainda têm pretensão de lançar outros discos.

Os três selos que possuem maior nome em Natal são o DoSol, o Mudernage e o Solaris, um dos mais antigos do nordeste que em 2006 completou dez anos de existência. A Solaris deverá passar 2007 em recesso, após lançamento de mais de 40 discos. Alguns com destaque nacional como o disco da sergipana Snooze, lançado em parceria com a banda e a Monstro Discos.

Lançou também Mellotrons (PE) Musa Junkie (PB), The Charts (SP) e bandas locais que acabaram: Zaratustra, Movement e Florbela Espanca. Foi responsável por coletâneas locais, Solaris 20, e até internacionais: 10 Planets. O selo também foi responsável pelo lançamento do disco triplo da banda local The Automatics, que chegou a fazer shows em São Paulo.

A Mudernage tem à frente uma lenda potiguar, o grande Vlamir Cruz que tem mais de vinte anos dedicados ao rock potiguar, seja tocando ou produzindo bandas e eventos. Ao lado de Alexandre Alves, da Solaris, foi responsável até 2006 pelo Projeto Independente que acontecia no teatro Sandoval Wanderley trazendo bandas de fora e locais. Vlamir e seu selo Mudernage foram responsáveis pelos lançamentos de Jane Fonda, Bonnies e Bugs, três bandas potiguares distintas entre si que colhem elogios por onde passam.

Já o DoSol é um combo que reúne bar, selo e produtora de eventos. Anderson Foca e Ana Morena estão à frente da empreitada e já lançaram mais de 20 discos, entre eles Allface, Fliperama e Peixe Coco, além da lendária General Junkie. Em 2007 a ênfase está nos lançamentos virtuais de bandas como a Joseph K?, do Ceará, e das locais Arquivo e The Sinks, banda que tem no baixo o próprio Foca. O CD da banda The Sinks, que já tem uma das músicas entre as top 10 de uma rádio local, além de virtual, também foi lançado durante o último MADA.

Comum a todos os selos é a forma de trabalho conjunta hoje em dia, inclusive na hora de dividir os custos, e a diversidade na hora de gravar as bandas. Já a necessidade de lançamentos físicos não é a mesma. Enquanto o DoSol gravará áudio e só lançará discos físicos em 2007 bancados pelas bandas, Gustavo Rocha, da Geladeira, acha importante lançá-los pois sempre tem quem queira tê-los - como ele mesmo.

Alguns links para quem quiser entrar em contato:

Mudernage Diskos: http://www.mudernage.com.br/
DoSol Records: http://www.dosol.com.br/
Xubba Musik: www.myspace.com/xubba
Geladeira Discos: www.myspace.com/geladeiradiscos
Solaris Discos: www.solarisdiscos.hpg.com.br/
Coletivo Records: coletivorecords@gmail.com
Lado [R]: www.ladorsemcolchetes.blogspot.com/
RP Discos: contato@rpdiscos.com.br