segunda-feira, 23 de abril de 2007

Cinco das nove bandas do Rio Grande do Norte estão estreando no Mada

Cabozó, Baby please, Pandora no Hako, Orquestra Boca Seca e Belina Mamão fazem suas estréias na edição deste ano. Além dessas, Jane Fonda, Bugs, Neguedmundo e Memória Rom voltam ao Mada com trabalhos novos.

O conceito de diversidade na 9ª edição do festival MADA – Música Alimento da Alma também pode ser sentido na escalação de bandas do Rio Grande do Norte. Seis das nove atrações locais estão estreando no festival com trabalhos de estilos diferentes, que vão desde uma mistura de música regionalista com guitarras, ao rock cantado em japonês, passando pelo humor com inspiração no brega.

Algumas saíram do circuito de barzinhos para lançar-se com trabalho próprio, autoral; outras, são veteranas do rock alternativo que estão voltando à ativa. Entre as estréias do Mada estão Baby Please, Cabozó, Belina Mamão, Pandora no Hako, e Orquestra Boca Seca. Das bandas que já passaram pelo MADA em edições passadas vêm Memória Rom (na primeira edição do Mada, em 1998), Jane Fonda, Bugs, Neguedmundo. Há ainda uma atração extra, reunindo músicos como Krystal, num tributo a Elino Julião, apresentando-se na quinta-feira.
Com cerca de três anos de existência, o Baby Please vem desenvolvendo um trabalho norteado pela sonoridade do rock dos anos 60/70 e o blues norte-americano. Como principais influências do grupo, podemos destacar o hard rock do Aerosmith, Led Zeppelin, Beatles, The Doors, Mutantes e algumas bandas do dito "rock novo", como o Strokes. A performance provocante de Tropeço aliada à guitarra bluesy de Moreno e à cozinha pesada composta por Cadson e Juca, dão um tom rocker cuja mistura com doses de blues resulta em uma ressaca quente e estimulante.

Viajando no samba-rock, a Orquestra Boca Seca é na verdade um quarteto formado por Fabão Rocha (guitarra e voz) Jordan Santiago (baixista e autor da maioria das letras) e Éder Andrade (baterista), Jeromy Hadriel (guitarra solo). Começaram tocando na noite com um som para dançar, à maneira da black music, sem ser óbvio: Tim Maia Racional, Jorge Ben, mundo livre s/a, Gerson King Combo, Funk Como Le Gusta, Seu Jorge e Nação Zumbi no case, uma seleção com o melhor da black music brazuca servida entre composições próprias. Quase dois anos depois, muitos shows na bagagem e a conquista de um público cativo, a Orquestra Boca Seca lança seu primeiro EP com sete músicas, gravado ao vivo no estúdio.

Já a banda Cabozó também é da novíssima geração do rock potiguar. Mas é formada por novos e veteranos músicos: Bão (vocal e percussão), Riva (guitarra), Juca (baixo) e Edu Ribeiro (bateria). Eles se juntaram com o objetivo de fazer músicas que mesclassem o rock tradicional com ritmos regionais – baião, repente, embolada, coco – a base de melodias e refrões marcantes, diferenciados. A banda alia o riff de guitarra às letras que cantam os costumes da terra. Um dos propósitos do Cabozó é justamente resgatar a identidade do Rio Grande do Norte, de Natal e de Ponta Negra, incorporando elementos da vivência de cada integrante do grupo. As músicas falam da vida rural, da vida urbana em Natal, das praias, do futebol, do surf, ícones que compõe a vida dos potiguares e natalenses. A banda gravou o seu CD Demo em 2006 e o clima é dançante. Entre as músicas, Binlinguin, Papa Jerimum e Repente Doido, todas de autoria do grupo.

A Pandora no Hako é uma veterana surgida em 1999, com inspiração no rock japonês. Costumam se apresentar poucas vezes no ano e têm um público cativo, que cresce a cada ano, entre adolescentes curtidores da cultura nipônica. É formada por Anchieta Cruz, 24, baixista, bacharel em Direito e o produtor musical, responsável pelas experimentações do grupo em estúdio; André Herman (guitarrista) engenheiro agrônomo; Luciano Sabino (vocalista), estudante de música, cantor lírico e estudante de violino; Paulo Dantas (guitarista), estudante de filosofia; Roberto Lima (baterista) e licenciado em educação artística; Daniela Cavalcanti, (tecladista) e estudante de economia, e o 'chefe' dos roadies Flávio Augustus Maia. Ainda sem CD lançado, a Pandora no Hako vem investindo nas composições autorais, todas escritas em português e traduzidas para o japonês.

Belina Mamão nasceu como um projeto paralelo de músicos de rock, que acabou sendo levado muito a sério. Com uma roupagem roqueira, no que eles chama de “brega ‘n’roll”, cantavam na noite clássicos do brega como Carlos Alexandre, Bartô Galeno, Reginaldo Rossi, Paulo Sérgio, Raul Seixas, Evaldo Freire, Roberto Carlos, Almir Rogério, entre outros. Hoje, estão com cd recém-lançado “Passeando na Belina”, com músicas autorais. No novo trabalho, destilam humor e ironia, de forma inteligente, num lance que tanto pode ser absorvido como uma gozação como pode ultrapassar a simples sátira e cair nas graças do mercado. O CD traz boas composições, onde os caras mostram que se adaptaram bem ao estilo ou apenas confirmam que sempre tiveram um pezinho lá.

Fonte: fatonovo assessoria & comunicação




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